quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Ser mãe a tempo inteiro



Os nossos dias são simples, corridos, cheios de afazeres domésticos. 
À hora do pequeno almoço há pequeno almoço para três: mama para Clarinha e refeição para mim e para o Vicente. Entretanto há dentes para lavar, fraldas para trocar, crianças para entreter, colos para dar uma casa para organizar e almoços para preparar. 
Depois chega a hora do almoço. Ou Clara ou Vicente primeiro, depois troca, depois eu (tipo a correr o mais que posso). Depois há novamente coisas para organizar, colos para dar, crianças para entreter e  sestas (para tentar que façam). Entretanto são horas do lanche... Vira o disco e toca o mesmo do pequeno almoço. A seguir são os banhos e pouco ou nenhum tempo sobra até ter de fazer os jantares. 
Entretanto o papá chega e vamos todos jantar. Entre uma brincadeira e outra, são horas de os deitar. 
Eu vou deitar a Clara, à mama, e caio para o lado entretanto... Depois o J deita o Vicente, põe a Clarinha na cama dela e vem deitar. Muitas vezes nem dou por nada...
Entretanto a Clarinha acorda uma vez a meio da noite para mamar. Depois, quando adormece logo e não quer ficar na galhofa, é deita-la, ver se o Vicente está tapado, ir à casa de banho, beber água e voltar a dormir. 
E assim são os meus dias. A maioria deles.

Claro que ainda há roupas para lavar, passar, arrumar. E tantas outras coisas. E agora ainda "inventei" de ir treinar e entrar em forma... Que doida!
Os nossos dias são assim. Sem glamour, sem roupas giras, muitas vezes passam o dia só de fralda.
Não dão para tudo. Muitas vezes o dia acaba e parece que ainda agora começou. Muitas vezes essa repetição sistemática dos dias faz parecer que eles não passam. Outras vezes, tenho tanto que fazer que os dias não dão para nada.
Não é fácil. Não é nada fácil estar em casa com dois bebés! Não teria vocação para educadora de infância e gabo-lhes a paciência de "aturarem" uma série de miúdos todo o dia. Há dias em que a paciência é menor, que o cansaço é maior, o sono não me larga e que a vontade de fugir paira no ar. Há dias que me apetece gritar com os miúdos, que me chateio com qualquer coisa que o J diga, só porque sim, só porque estou irritada. Há dias em que me apetece gritar com o mundo e mal dizer a vida. 
Há dias em que chateia estar tão em falta de forma, que não me apetece compreender e ser paciente comigo e com o meu corpo. Que me chateia sermos nós, mães/ mulheres que sofremos as alterações hormonais, as mudanças (negativas) com o corpo, as restrições disto ou daquilo e toda a parte chata da amamentação, enquanto eles, homens/pais ficam cada vez mais giros... Há dias em que isso me irrita. Que não percebo porque os pais são sempre os melhores e as mães (as mais sacrificadas em tudo) têm sempre culpa de todos os males do mundo para esta sociedade ainda tão injusta, nada igualitária e tão hipócrita, em que as mulheres são sempre as primeiras a mal dizer as outras (só porque sim, só por maldade). 
Há dias assim. São raros. Felizmente!
Mas faço-o por amor, com vontade e gosto. Não há nada que supere a felicidade de os ver acordar todos os dias com aqueles sorrisos deliciosos. De ver as primeiras vezes de tudo. De acompanhar cada etapa. De os incentivar e estimular ao ritmo deles.  Não há nada que pague o carinho de um abraço e o olhar apaixonado dos filhos para a mãe. É um amor puro, genuíno, completamente apaixonado e sem igual.
E são momentos como esse (da fotografia), em que estou a amamentar no chão da sala, para conseguir que o Vicente se encoste a nós (já que também quer colo) que tenho absoluta certeza que compensa tudo! O amor que nos une ali, aos três, na simplicidade, ligeireza e tranquilidade, tal como uma qualquer mãe animal que amamenta as crias, abraçadas no seu corpo... Parece, mesmo, que nada mais existe, que o mundo pára e que o que se vive ali, aquele momento só nosso e tão simples, é aquilo que vamos levar desta vida!
;o)




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