segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Perspectivas de futuro:

Cerca de 3 meses após a tristeza inicial, ainda no processo de luto, fomos então à consulta de genética. Soubemos que dos exames concluíram aquilo de que se esperava mas, sinceramente, preferi não me debruçar sobre o assunto. Sabemos que temos um problema, vamos lá ver quais são as perspetivas de futuro, o que podemos fazer e seguir em frente! "Chafurdar na lama" nunca me parece uma boa opção!!
O que nos é dito pela médica? Teremos sempre uma gravidez de alto risco, que deve ser sempre acompanhada com o diagnóstico pré-natal. 
Quais são as perspetivas para futuras gravidezes? Incógnita... Com os estudos feitos no nosso caso, a única percentagem que nos pode ser dada é acerca da probabilidade de virmos a ter um filho com deficiência, num valor de aproximadamente 7%. 
Mas o que isso quer dizer ao certo? Que não pode ser previsível o número de vezes que haja um aborto espontâneo ou que seja detectado no diagnóstico pré-natal o mesmo problema da gravidez anterior... Resumidamente, ficamos na mesma a nível de expectativas de futuro...
Quais são as nossas opções? Podemos voltar a tentar de forma natural, podemos fazer de forma através da inseminação artificial e o diagnóstico pré-implantatório. 
O que é e como se faz esse tratamento? Pode ser feito através do hospital público, (no nosso país, apenas no Porto e o tempo de espera é de um ano, no mínimo) ou em clínicas privadas, cujo valor de cada ronda é de cerca de 5/7 mil euros, pelo menos, segundo a ideia de valores dada pela geneticista, para além de toda a "complicação" do processo que, apesar de não termos qualquer problema de infertilidade, teremos de passar exactamente por tudo. A diferença é que, antes do(s) embrião(ōes) ser(em) implantado(s), é feita uma análise genética e apenas são implantados aqueles que não tenham alterações. Para além de tudo isso, a taxa de sucesso na primeira implantação é de cerca de 25%, ou seja, é pouco provável que não seja necessário repetir todo o processo, o que implica desgaste financeiro, desgaste físico e, acima de tudo, um grande desgaste emocional!
Como tomar uma decisão? O encaminhamento do nosso processo foi feito para o hospital no Porto e, do conhecimento e acompanhamento da nossa médica, a ideia de voltarmos atentar não é indicadora de que vá correr mal. Queria uma percentagem, mas não me foi possível obter, então perguntei sobre o pior caso que já havia acompanhado. Contou-me de uma senhora que num conjunto de 6 gravidezes tem 2 filhos. Se este é o pior cenário, não nos pareceu tão terrível como nós pensávamos.
Queremos mesmo ter filhos, certo? Então temos de "atirar para todas as frentes", dentro daquilo que nos pareça razoável e possível de suportar (física e emocionalmente). Vamos ver o que o futuro nos reserva...

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