quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Diagnóstico pré-implantatório

Na nossa consulta de genética, uns meses após a perda do primeiro bebé, a médica informou-nos das nossas opções: continuar a tentar pela via natural ou fazer o diagnóstico pré-implantatório, que pode ser em clínicas  particulares (onde não chegamos a fazer nenhuma consulta até hoje, mas que aquele casal de que falei no post anterior já começou e os custos são de cerca de 7mil euros, para primeira ronda, e os valores vão subindo a cada nova tentativa), ou no único hospital público do país que o faz (por falta de incentivos deste e dos anteriores governos - e dizem incentivar a natalidade no país...), que fica no Porto, mas que demora imenso tempo... Independentemente de que decisão tomaríamos  depois, decidimos que sim, que queríamos que o nosso processo fosse enviado para esse hospital (Hospital São João). O nosso processo foi enviado em Março de 2013. Cerca de 20 dias depois, recebemos um impresso deles para preenchermos com os nosso dados e voltarmos a enviar. Cinco meses depois, recebemos uma carta com a data da primeira consulta, que seria dois meses depois.
Quando recebemos a carta já estávamos "grávidos" e quando fomos à consulta, o bebé já não estava vivo e estava em pleno processo de aborto...
Mesmo assim, lá fomos nós!
O que é e em que consiste o tal processo?
Nesta primeira consulta são feitas uma série de perguntas para estabelecer o histórico clínico do casal. São pedidos uma série de exames que vão sendo feitos em meio de consultas seguintes e deslocações Lisboa/Porto, no nosso caso. Um dos exames que não precisamos de fazer é o nosso cariótipo, (nosso estudo genético), pois já o temos e sabemos exatamente aquilo que precisamos "contornar".  Em toda esta situação, tivemos bastante sorte em como as coisas aconteceram porque descobrimos logo à primeira qual foi/é o nosso/meu problema. Por norma, só após o terceiro aborto sucessivo, os médicos recomendam esse exame para perceberem a razão, enquanto nós o soubemos desde início!
Na consulta, foi-nos explicado que o tempo de espera, desde esse dia até ao dia do estudo dos embriões é de entre um ano, um ano e meio... Que o processo é em tudo igual a uma inseminação artificial, temos de passar pelo mesmo processo de injeções hormonais e tudo o que isso acarreta... No momento certo, começamos a injetar hormonas na nossa barriga para que, ao invés de apenas um folículo, como habitualmente, o nosso ovário possa produzir uma série deles (quantos mais melhor) e, ao mesmo tempo, vamos monitorizado com ecografias. No momento certo, vamos para o Porto para que possam ser colhidos (enquanto estamos anestesiados), para juntar aos espermatozóides e esperar o tempo oportuno para que se transformem em embriões (são alguns dia). São retiradas algumas células dos embriões para que possam ser estudados e aqueles que tiverem uma translocação equilibrada, que é o mesmo que eu tenho, ou que não tenham qualquer translocação, e que sobrevivam até lá, são implantados. 
As estatísticas dizem que em 60% dos casos há embriões bons para serem implantados. Mas também dizem que, apenas 25%, resulta em uma gravidez... O tempo de espera estimado é entre a primeira consulta e o estudo do embrião, repito! Caso não haja embriões bons para serem implantados, voltamos ao inicio e o tempo de espera volta também ao início... No caso de a implantação acontecer, mão não resultar, o tempo de espera volta outra vez ao início...
Foi-nos dito pela médica que a percentagem de uma gravidez, pela via normal, correr bem é de certa de um terço, já que, se os cromossomas forem como os meus ou sem qualquer problema, temos sucesso, se os cromossomas tiverem uma translocação desequilibrada, temos então o terço problemático. Pelos vistos, não estamos  a ter sorte!... Assim, se dentro de uma ano, uma ano e meio, não estivermos "grávidos", seguimos com esta hipótese. 
Ficamos a saber também que penas são estudados os cromossomas "problemáticos", quatro e cinco, no meu caso. Recomendam a biopsia na mesma, já que a garantia que dão relativamente a esses cromossomas é de 95%, não os 100%, e o estudo não é feito para outros problemas genéticos, mas que a grande, grande maioria dos casais, opta por não fazer...
Esta é uma das nossas opções...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada pelo seu comentário!