segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Primeiro dia oficial de aulas





Acordamo-lo. Levantou bem disposto, cheio de mimo. Tomou um bom pequeno almoço, despachou-se sem problemas. Preparei-me e preparei as coisas, a correr para não me atrasar. O J saiu para trabalhar, a Clarinha ficou com a minha mãe.
Fomos todo o caminho a conversar e a brincar. Entrou na escola, pela primeira vez, pelo próprio pé, não foi preciso colo. Mal entrou, quis logo brincar. Subimos as escadas para a sala e ele entrou como quem conhece os cantos à casa. Despachou-se a arrecadar carrinhos para brincar. Enquanto eu conversava com a educadora, foi me mostrando os carrinhos e chamando, como quem está contente e quer partilhar com a mãe e também como quem vai percebendo que a mãe vai embora e não quer que assim seja...








Disse-lhe que ia embora por um bocado e que voltava para o ir buscar. Que ele iria ficar com a educadora e com os amiguinhos e que iria brincar muito. Dei um beijo e disse que o amava. Dei outro beijo. E outro, mais tarde... Relembrei a educadora que ele faz a ementa vegetariana, mostrei-lhe o que havia levado na mochila. Que estava constipadinho nos últimos dias e precisava de beber água. 
Combinamos que ligava entre meia e uma hora depois para saber como estava (dependia do tempo que eu aguentasse...). Disse-lhe que ia beber um café ao lado, para não estar longe, caso não corresse bem. Que moro perto da escola, que em quinze minutos o posso ir buscar. Que estou em casa e não precisa, nem quero, que fique a chorar.




estojo  Mi via Smallable



Agradeci-lhe, despedi-me novamente. Saí a porta da escola já com os óculos de sol postos, para não se ver as lágrimas que teimavam em encher meus olhos. Entrei no carro, as lágrimas iam caindo. Poucas, porque quero ser forte e entender que não estou a fazer-lhe mal. Estamos a tomar a opção que julgamos melhor, neste momento. E que pode ser, facilmente, reversível.
Estacionei à porta do café e liguei ao J. Estava às voltas com outro assunto e ainda conseguiu me distrair e fazer rir. Disse-me que estou a fazer algo para o bem dele e que não há razão para estar assim.
Ele é pai. O melhor do mundo! Mas não é mãe... E não é uma mãe que passou os, praticamente, dois anos, os dias inteirinhos com o seu filho, o seu primeiro filho. Aquele que foi amado e sonhado por ambos, é certo, nos dois anos anteriores ao seu nascimento. Que tinha medo de o perder a cada segundo ainda na gravidez. Que dormiu com ele em cima, literalmente, os seus três primeiros meses... Enfim, é pai. O melhor do mundo! Mas não é mãe... Para o bem e para o mal.





Bakker Made With Love via Smallable



Escrevi isto enquanto tomava café e esperava fazer tempo para ligar à educadora e saber dele. Estava mais calma. Desabafar é bom! Estava quase a aguentar a hora e, dois minutos antes, liga-me a educadora. Ouvi-o chorar. Fiquei tão aflita... acho que voei até lá. Diz que chorou por duas vezes e o acalmaram, mas à terceira já não acalmou. Quando cheguei estava calmo, ao colo da educadora, a brincar com um carrinho, vindo do jardim. Por hoje foi suficiente. Amanhã há mais...
Um enorme abracinho a todas as mães que têm de passar por este sentimento de separação. Que têm de dar este salto no abismo, de confiar em quem não se conhece o seu bem mais precioso!
;o) 





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