sexta-feira, 28 de julho de 2017

Ser mãe e a culpa



Fomos ao jantar de aniversário de um amigo. 
Sozinhos (YUPIEEE!!!). 
Conseguirmos jantar descansados, conversar, estar com adultos... Sabe tão bem! 
Mas a conversa girou à volta de quê? De quê?
Filhos... Claro!!! 
Acabamos a falar sobre a culpa que todas nós sentimos. 
Eu costumo dizer que com uma mãe nasce também o sentimento de culpa. 
Para além de os outros (as outras mães, ma maioria das vezes - o que me parece ainda pior) dizerem que tudo o que a criança faz, ou não faz, é culpa da mãe, nós também nos culpabilizamos muito por tudo. E por nada...


Se a criança usa chupeta: Não devia, vai ficar com os dentes tortos... A culpa é da mãe!
Se a criança não usa chupeta: Assim não acalma... A culpa é da mãe!
Se damos colo: Vai ficar mimado... A culpa é da mãe!
Se não damos colo: Que más... A culpa é da mãe!
Se a criança não quer comer: Tadinho, está tão magrinho... A culpa é da mãe!
Se a criança come bem: Assim vai ficar gordo... A culpa é da mãe!
Se a criança faz birra: A culpa é da mãe!

E por aí adiante...

A culpa é da mãe! A culpa é da mãe! A culpa é da mãe... A culpa é sempre da mãe!




Mas, para além destes sempre tão presentes comentários maldosos, sempre 
com uma alfinetadazinha numa mãe que está a tentar fazer o seu melhor e que, melhor que qualquer outra pessoa conhece os seus filhos e sabe o que é melhor para ele, nós nos culpamos. 
E muito!




No início, com o Vicente pequenino, custava-me imenso esse peso que sentia e que permitia 
que se apoderasse de mim. Qualquer coisa que acontecesse, sentia-me terrivelmente culpada e, mesmo sabendo que fazia o que era melhor e o meu melhor, sentia sempre esse peso da culpa. Hoje em dia, já sei lidar melhor com isso e, na maioria das vezes, desvalorizo o que me dizem. Faço aquele sorriso amarelo e digo que sim, mas entra a cem e sai a trezentos. 
Como falávamos no jantar, já que é nessa fase em que estou, de filhos muito pequeninos e com idades muito próximas, a entrada para a escola, numa fase em que está muito agarrado a mim e a sentir falta das minhas atenções só para ele, sinto-me culpada por não lhe dar a atenção que precisa, quer, merece e sempre esteve habituado...





Culpo-me por ter de o deixar com outras pessoas, por nem sempre conseguir dar colo 
quando pede, por ter de o entreter com os desenhos animados mais vezes do que gostaria, por não brincar tanto com ele como era suposto, por não ser ele o centro do meu mundo 
como foi até há bem pouco tempo
(ainda o é, claro, mas não só ele).
Mas, se me culpo por tudo isso em relação a ele, a culpa é dupla porque também sinto 
isso em relação a ela: não lhe dou a atenção que dei ao irmão quando eram da mesma idade, quase nunca mama descansada porque há sempre o mano para "atrapalhar", os banhos são 
mais rápidos do que os dele eram, pouco é o tempo que me dedico a brincar com ela, 
vê-la dormir ou simplesmente olhar para ela de forma apaixonada, como faço de fugida. 
Tão diferente do que fazia com ele...





A verdade é que, por vezes, quando estou mais fragilidade, mais casada ou mais assoberbada, 
permito que esse sentimento se apodere de mim por instantes e é um peso que nos sufoca... 
No fundo, sei que é natural que me sinta assim, porque os amo e quero dar-lhes sempre o melhor, mas sei que dou O MEU MELHOR. 
Também sei que o meu melhor é muito bom... 
Porque quero que assim seja, porque me esforço para que assim seja. Porque, no fim de contas, eles são o melhor de mim!
;o)




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