quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Conta-nos a tua história - a luta contra a infertilidade



Retomamos o Conta-nos a tua história com mais uma batalha e um caso de sucesso!

Porque “sonhos se realizam”!

Fiquem com a história...




Desde que me lembro, sempre sonhei ser mãe, mas como qualquer menina de "boas famílias" esperei pela altura correcta. Estudei, comecei a trabalhar, namorei, casei e eis que se não, estava na altura de aumentar a família.
Sempre gostei de ter tudo sob controlo e seguindo o percurso da vida estipulei quando exactamente começaria os "treinos", para que a criança nascesse em determinada altura. (Cheguei ao ponto, de ainda antes de começar os "treinos", já tinha peças de roupa adquiridas, com tamanhos específicos, tendo em conta o mês do nascimento). 

Nos primeiros 6 meses de "treinos", todos os meses fazia um ou mais testes de gravidez (porque quem sabe se a menstruação, não seria outra coisa!) Acho que foi mais difícil este período inicial porque mentalizei-me que herdaria a herança genética da minha mãe e irmã, que engravidaria à primeira.... O que não aconteceu! Todos os meses a mesma angústia, a mesma tristeza, a mesma decepção...

Volvidos 6 meses comecei a "desligar" mas sem nunca esquecer. Deixei de medir a temperatura, de estar obcecada com a época fértil e com a descida da menstruação. Pouco a pouco fui-me mentalizando que não tinha controlo sob a situação. No entanto, continuava presa a essa situação, sem saber muito bem como lidar com ela emocionalmente.

Ao fim de um ano fomos fazer exames, tudo estava bem. Ainda sem o peso da idade (que nas mulheres em idade fértil tem uma importância muito grande), voltámos do consultório do obstetra com medicação via oral para controlar a minha irregularidade e estimular os ovários, voltaríamos ao fim de um ano, caso não resultasse.

Obviamente não resultou, ou não estaria aqui a contar a minha história.

No meio do turbilhão de emoções, eu e o meu marido ficámos desempregados e meses depois, que pareceram uma eternidade, voltámos ambos ao trabalho... o que também não impediu que continuassemos o nosso percurso! Percebemos que a família e o nosso sonho era o mais importante, que não podíamos esperar que a nível profissional surgisse a altura certa... até porque já tinhamos percebido que as coisas não aconteciam quando e como queríamos... O que fosse, seria!

2 anos feitos, voltámos ao consultório. Embora soubessemos desde o início todo o percurso a seguir, ouvir do obstetra que o melhor seria seguir para uma clínica de fertilidade, tem ainda assim um peso enorme! O sentimento de incapacidade é muito forte!

Começa aqui uma nova jornada. Longa, difícil, física e emocionalmente! (E atenção que conheço casais com jornadas maiores, mas para quem passa por elas, é sempre muito tempo!)

Exames e mais exames e nada fora do normal.  Mas se não há nada de errado porque não somos capazes, Porquê nós? Havendo alguma coisa, saberíamos onde atacar, certo? Errado! Segundo o médico que nos atendeu, é sempre melhor não ter nada que ter alguma coisa. Na verdade até tem razão.

Foi-nos proposto começar pelos tratamentos menos agressivos: Coito programado ou Inseminação. Decidimos iniciar os tratamentos para Inseminação, fizemos uma, mas não resultou. Passado uns dias já a menstruação tinha descido! Não tinha sido desta. De volta às consultas para analisar o próximo passo, foi-me detectado um quisto no ovário direito com tamanho significativo, o que segundo as directizes europeias, não ia permitir iniciar novo tratamento. A origem era desconhecida, apenas sabia, que dado o tamanho, tinha de ser tirado.

Mais uma pedra surgia no nosso caminho, mais um impasse, uma difiuldade, mais uma paragem no percurso, mais exames e nenhuma conclusão. Na clínica de fertilidade tinham uma opinião, o meu obstetra outra. E decidimos seguir a opinião deste último que já me conhece à mais de 10 anos. Assim fizemos uma paragem de alguns meses, onde durante os quais voltei a tomar pílula, para  ver se seria suficiente para a diminuição do quisto, evitando a cirurgia.

E assim foi, o quisto diminuiu e estava na altura, 1 ano após o primeiro tratamento, de voltar à Clínica. Neste altura, já eu tinha cedido à depressão e estava a tomar medicação, para suportar o peso das emoções.

Não quisemos insistir com mais uma inseminação (normalmente fazem-se 3 até partir para a fase seguinte), e iniciámos o processo de Fertilização in Vitro. Hoje temos cá o nosso bem mais precioso!

Podia-vos falar das emoções, dos processos de sofrimento, negação, aceitação... Podia falar-vos do sofrimento que já era quando nos perguntavam pelos filhos... (Hoje quando alguém me fala em casais que não têm filhos, porque isto porque aquilo... penso sempre que também dei 1001 desculpas para não ter que dar explicações da dificuldade que tínhamos.) Olhando para trás e sendo uma história de sucesso, já consigo falar do assunto com alguma ligeireza e não escondo que escolhemos o embrião mais forte e que mais uns quantos estão à nossa espera caso seja necessário novamente.  (O que pode nem ser necessário, porque afinal não temos nada!) Podia falar-vos da felicidade que sentia quando amigos engravidavam, misturado com a tristeza de não consegui-lo também...

Hoje olho para a minha filha e parece que estou a viver uma vida que não é a minha, estou num lindo sonho que do qual não vou acordar! Não importa o sofrimento para tê-la, as noites mal dormidas, próprias dos bebés, os problemas com a amamentação, nada! Passava por tudo outra vez! 

Acredito que o que bloqueou a fertilidade foi o sistema nervoso, pois conseguimos enquanto tomava antidepressivos e não passava o tempo a pensar no mesmo! Acredito que não devemos desistir até que nos digam que é impossível ou até não suportarmos mais.Mas acredito sobretudo, que os Sonhos se Realizam!



Obrigada pela partilha e muitas felicidades!
;o)







PS: Parece que o facebook resolveu mudar o seu algoritmo, de modo a que vejamos mais as páginas dos nossos amigos e menos as que fizemos like... 
Assim, posso publicar imensas coisas e vocês não conseguirem ver no feed...
;o(
Mas há como solucionar isso!
Basta irem aqui, clicarem em SEGUIR e seleccionarem "VER PRIMEIRO".
Bora lá que tenho muito para vos contar...
;o)




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