quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Amamentação sem fundamentalismos



Como já perceberam pelas minhas publicações, sou acérrima defensora da amamentação! 
Tem um milhão de vantagens e, na maioria delas, para o bebé (quem acho que deve ser prioridade na equação mãe/bebé. Acho, mesmo, que como mães, se necessário, devemos fazer sacrifícios pelos nossos filhos, afinal, fomos nós que os trouxemos ao mundo. Somos responsáveis por eles (a todos os níveis) e não o contrário. Mas tudo tem um limite e esse limite é quando a mãe entende que, pesando na balança, o lado positivo para o bebé é menos pesado do que o desconforto, dor ou qualquer outro motivo do que o eventual lado negativo para a mãe. E nisto, como em tudo, é variável de mãe para mãe, de mulher para mulher, de pessoa para pessoa. Desde que seja uma decisão ponderada, informada e que se assuma a posição com consciência, não temos de opinar, tentar demover e, menos ainda, criticar, marginalizar ou recriminar.

Não acredito que, mesmo que pelas razões que nos pareçam mais fúteis, uma mãe decida não amamentar de ânimo leve, sem se recriminar ou julgar a si própria, a dado momento. Acho que não precisa de mais ninguém a fazê-lo!
Como em tudo nesta terrível relação que as mulheres têm de crítica e maldade para com as outras mulheres, ninguém sabe tudo e ninguém sabe do coração dos outros. Parece-me maldoso criticar uma mulher que já se recriminou o suficiente antes de tomar uma decisão. Acho que o fundamentalismo não fica bem a ninguém, em assunto nenhum! A falta de empatia e compaixão entristece-me...
Há meses, num grupo de vegetarianos do facebook, do qual faço parte, uma mulher perguntava se havia, e quais, as opções vegetarianas de leite adaptado, para substituição do leite materno. Ao invés de respostas construtivas, a maioria eram tentativas de dissuasão e uma quase imposição da amamentação exclusiva. Em momento algum pensaram que era apenas uma pergunta, uma curiosidade, de alguém que nem filhos tem... Também não pensaram que poderiam estar a causar mais sofrimento a uma mãe que, por um razão física, não pudesse de todo amamentar, por mais que quisesse. Sabemos hoje em dia que todas as mulheres têm leite e não existe "leite fraco". A menos que seja um caso específico e que haja algum problema físico, que pode existir. Não era o caso, mas poderia ser...
Desta vez, há uma mãe, num grupo de mães do facebook, que pede ajuda para deixar de amamentar o filho, dizendo que já não tem leite, porque já não suporta as noites em claro, do filho a mamar toda a noite (como consolo) - mais um menos como eu com a Clarinha... hahahahaha!!!. Surgem várias mães que dizem que se ele mama é porque ela tem leite, etc, etc e tal. Não há ninguém que a ajude (que é o que ela pede). Até que há um comentário de uma mãe, que desmamou o filho (com mais de dois anos) durante a noite e explica como fez. Que foi complicado, também diz que ela terá leite ainda, mesmo que pouco (caso contrário o bebé não mamava), mas ajuda-a e apoio-a. 

Que bom que é encontrar alguém com bom senso. Alguém disposto a ajudar!
Sim, sou acérrima defensora da amamentação mas, sobretudo, defensora do livre arbítrio, da escolha (fundamentada e ponderada) de cada um e da empatia, da compaixão, da capacidade (cada vez menor) de sermos capazes de nos colocar no lugar do outro e respeitarmos suas decisões, mesmo que não concordemos com elas!
;o)





Podem ver mais publicações minhas sobre amamentação aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Um post sobre amamentação e com links onde podem pedir ajuda aqui.



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