segunda-feira, 6 de novembro de 2017

How a vision of perfect motherhood hurts moms






Esta foi a capa da TIME a 30 de Outubro. 
Já a havia mostrado no facebook do blog, mas ainda não tinha conseguido escrever sobre ela.
Já falei aqui no blog sobre o quanto a visão que se tem da maternidade como uma coisa angelical, perfeita e tranquila é errada. Aquela visão de uma recém mãe, linda, em plana forma física, com bebés que são anjos que apenas comem e dormem, e as mães arranjadas, maquilhadas, a cheirarem lindamente depois de um banho relaxante e uma noite de sono prolongada, a preparar um fantástico jantar para o marido enquanto os bebé dorme... 
Estão a ver? Pois, obviamente isso não existe!

Os bebés não vêm com manual de instruções, dão trabalho, nós (principalmente quando pais de primeira viagem) somos inseguros, temos receios, não sabemos o que fazer. Não dormimos bem, estamos cansados, as maminhas doem porque amamentar nem sempre (na maioria das vezes) é fácil. O bebé chora, ou só dorme ao colo, ou tem cólicas, ou isso, ou aquilo... A casa está uma bagunça, a roupa está por passar, não há tempo para comer, quanto mais para fazer refeições (ainda menos elaboradas, balanceadas, etc...). Regra geral são assim os primeiros (e segundos, terceiros...) tempos de uma família com um novo elemento.
Mas depois vemos aquelas imagens elaboradas para uma produção, que não correspondem à realidade (ou pelo menos ao dia a dia), ou temos as expectativas completamente deturpadas de como seriam esses tempos, ou nos revemos naquilo que as mulheres que não têm filhos acham que seriam esses tempos, ou temos a mãe, a sogra, a prima a meter constantemente o bedelho... Por mais que saibamos que damos o melhor de nós, que nos esforçamos, que a vida acontece e os dias se sucedem porque tem mesmo de ser assim, começamos a duvidar de nós mesmas, das nossas capacidades enquanto mães. 
Ele não dorme na cama porque a cama é muito quente. Ah, afinal, agora é porque está frio. Ah! Ele só dorme ao colo...?!?! Pois, a culpa é vossa. Estão a estragar o menino! Não andem com ele ao colo, estão a habitua-lo mal! Os meus dormiam a noite inteira desde o primeiro dia. Nunca adoram ao colo.  "Deixa-o chorar, ele tem de chorar um bocadinho." 
Etc, etc, etc... 
E assim duvidamos de nós e dos nossos instintos
Mas quando ele chora, há algo em mim que não consegue deixa-lo chorar. Algo me diz que o preciso confortar. Ele esteve na minha barriga nove meses. Criamos um laço, cantei para ele, falei com alguém que não sabia se me ouvia ou se entendia o que lhe dizia. Abri mão de uma séria de coisas para o bem estar dele. Esperei nove meses para o conhecer, ver o seu rosto, sentir o seu toque, o cheiro da sua pele, ouvir a sua voz... Sofri horas em trabalho de parto, passei pelo parto e recuperação e agora ele está aqui fora, a chorar, sozinho numa cama que é não sei quantas vezes mais espaçosa que o espaço onde ele esteve confinado tanto tempo dentro de mim, não me sente, chora assustado e eu não o posso confortar porque o vou estragar?!??!
Todas estas imagens (falsas) de perfeição, toda esta visão utópica da maternidade, todas essas opiniões e até essas pressões para que façamos as coisas desta ou daquela maneira e não de acordo com os nossos instintos, o nosso sentimentos, segundo o que o amor de mãe e o elo de ligação que temos com aquele pequeno ser (que mais ninguém no mundo pode ter igual) apenas nos atormenta, nos magoa, nos confunde, nos diminui. Ninguém conhece melhor um filho do que a sua própria mãe e, em princípio, ela saberá o que é o melhor para ele. O que é melhor para eles. Porque o melhor para o filho é que a mãe esteja bem para cuidar dele. Porque quem lá está dia e noite é a mãe. Porque não é por uma(s) visita que se pode avaliar o que quer que seja. Porque a mãe é que tem de perceber o que cada choro significa. Porque ela só vai aprender por tentativa/erro. Porque, não sendo nada de grave, não há mal nenhum em errar, em tentar, em aprender tentando. Porque errando aprendemos. 
Não é dizendo faz assim ou faz assado que vamos ajudar. Talvez se dissermos que "comigo funcionou da seguinte maneira, mas cada bebé e cada mãe são diferentes, experimenta assim e vê se resulta contigo", parece-me um melhor caminho do que "ai porque os meus isto, os meus aquilo". O que se entende é que eram anjos perfeitos, as mães são todas uns robôs absolutamente fantástico e, ou o meu bebé é um bicho estranho ou eu não tenho mesmo jeito para isso, no que me fui meter?!?!?

Não, mães perfeitas não existem!!! Ou, existem. Como costumo dizer, mães perfeitas somos todas nós, as que damos o melhor de nós todos os dias!
;o)






**** 

Nosso instagram aqui  e
Página do facebook aqui ou
comentários na caixa de comentários abaixo
****



Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada pelo seu comentário!