sábado, 25 de novembro de 2017

Conta-nos a tua história - "mãe à distância"

* Imagem tirada do meu Pinterest


Retomamos a rubrica com um texto de uma amiga que viveu muito tempo fora a do país. Apesar de ter andado sempre "com o filho às costas", conheceu algumas mães que, por uma razão ou por outra, assim não o puderam fazer e tiveram de ser "mães à distância" e hoje retrata-nos uma destas histórias.
Quantas mães tiveram que amar ao longe?

Fiquem com o texto e aguardo o vosso feedback.


Mãà distância
Alguém um dia me explique como se pode centrar numa só palavra ou mesmo numa frase ou paragrafo o que é sermãe?! Parece um sacrilégio sequer tentar. Seja a dor do parto ou da cesariana, das noites sem dormir, da perda do estatuto (momentânea! Não se esqueçam) de mulher para ser só mãe, cuidadora, higienista, fonte de nutrição e com isto tudo manter a sanidade mental, Deus como se consegue? Com amor-cliché - com a soberana e mais forte energia, o amor.
Vou contar a história de uma mãe. Uma mãà distância. Convivi com ela dia após dia e julgo que posso lhe fazerjustiça descrevendo a mãe e mulher que é.
Senhora de uma elegância sem par, digna de uma rainha,apresenta um sorriso doce, olhar brilhante, puro, mas distante.
O seu corpo está aqui, é generosa o suficiente para nos presentear, aos que estamos no mesmo espaço físico que ela, com um sorriso ternurento e uma amizade doce esincera.
No seu olhar um brilho triste, uma lágrima que corajosamente segura sem que nunca, jamais, os outros reparem. Eu reparo, eu vejo, eu sinto com ela.

Como ser mãe à distância? Sempre, como sempre, com muito amor.
Quantas vezes a vi, de volta do Continente online,comprando os iogurtes com baixo teor em gordura e elevado em proteína- é disto que eles gostam  diz-me ela radiante de puder fazer algo, de poder amá-los àdistância. 
Os dias são feitos de fotos dos seus lindos rebentos, quase homens feitos agora, mas longe de serem maiores de idade quanto mais de não precisarem da sua mãe. Quem não precisa da sua mãe? Haverá idade? Aquela idade em que se deixa de precisar da sua mãe...? Desconheço.
A espera! Como sinto com ela a dor da espera! O olhar para o ecrã, dia sim e outro também, orando por um voo mais barato; um dia sim e outro também orando pela autorização dos Recursos humanos. Espera que alguém, e que um valor mais barato de voo a permitam sentir nos braços -após o susto inicial de quão grandes já estão -os seus meninos.
São dois. São altos, elegantes e figuras com aura imponente como a sua mãe. O maior-Deus!-praticamente um adulto, o menor um geniozinho em inteligência emocional; ambos companheiros irrefutáveis e incondicionais de sua mãe.

Ser mãe à distância  é não saber, não ver a primeira namorada do filho. É não saber e não ver os golos que marcou. É deixar o seu filho ser aplaudido por outros que não o amam como ela. O motivo é nobre, nem ela própria sabe se é nobre o suficiente para tanta dor, mas   tem sobre os seus ombros elegantes e distintos de uma rainha o peso de uma casa, literalmente todo o peso de uma casa. Ser mãe à distância é ser mãe, logo é ser amor.

Quantas mães há à distância? Porque trabalham noutro pais, porque os deram para adoção para que tivessem um futuro melhor, porque os enviaram para outro país por querem que tenham melhores estudos.  Quantas vivem diariamente, com o coração fora do corpo, seguindo inanimadas de luz e animadas pela busca desse coração e pelo regresso aos seus frutos do ventre ou do coração?



Aguardo pelas vossas contribuições!
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