quinta-feira, 9 de julho de 2015

Que tipo de mãe quero ser?

Como já comentei aqui, temos estado a frequentar as aulas de preparação para o parto e estamos a adorar! Sempre achei que quando chegasse a hora eu iria querer fazer e sempre achei super importante. Quando vou a uma entrevista de emprego preparo-me para ela e vou conhecer mais sobre a empresa à qual me candidato, quando vou fazer um exame estudo a matéria que possa ser relevante para que o exame me corta bem, ou mesmo quando vou fazer umas simples análises tenho de ler as indicações da preparação (se tenho de ir em jejum, etc). Como poderia eu ter um filho (o primeiro, tão ansiado e desejado) e não me informar e me preparar o mais possível para que possa cuidá-lo corretamente?! Já são tantos os imprevistos e as situações que não podemos controlar... Bom, eu também não quero só ter um (ou mais) filho. Eu quero ser uma boa mãe, não a melhor do mundo (porque isso não existe), mas a melhor mãe que eu possa ser. Não quero só ter um filho, quero ter um filho cheio de saúde, educado, bonito e inteligente (claro! Quem não quer?!) mas, acima de tudo, quero ter um filho feliz, que se sinta amado, protegido, incentivado, motivado e de bem com a vida, todos os dias!
Este é, sem dúvida, o maior papel da minha vida e quero desempenhá-lo da melhor forma possível e para isso preciso de me instruir, de querer e procurar saber. Sei que vai haver momentos em que vou errar, em que não vou fazer aquilo que eu própria espero de mim, mas sei que vou tentar ser sempre melhor e dar o meu melhor a esse ser pequenino que já era amado antes mesmo de ser concebido! Sei que da ideologia à pratica pode ir uma grande distância, mas também sei que não vai ser fácil e há que se fazer esforços e sacrifícios e estar disposta a isso já é meio caminho andado!
Sei que a vida, o dia a dia e a correria urbana em que vivemos não é fácil, não é tranquila, é tudo menos ideal para criar pessoas felizes equilibradas e tranquilas. Sei que depois de um dia exaustivo de trabalho, as míseras duas horas que temos para estar com os nossos filhos são para dar jantar e banho e colocar na cama. E que durante essas duas horas (quanto muito) o nível de cansaço e stress é enorme e a paciência há de ser mínima! Portanto, ou somos permissivos demais, para compensar a falta que lhes fazemos e que eles nos fazem, ou de menos e passamos o pouquíssimo tempo com eles a ralhar...
Há pouco tempo li num blog que costumo seguir uma mãe de dois filhos pequenos a relatar uma volta do supermercado com os filhos depois de ir buscá-lo à escola (vinda ela de um dia de trabalho), em que o menino (o mais novo, acho que tem 4 ou 5 anos) levava a caixa dos ovos ao colo e resolveu abrí-la e tirar dois ovos e segurá-los com as suas pequenas mãozinhas, sentado na cadeirinha, no banco de trás, enquanto a mãe conduzia. O resultado foram dois ovos partidos a escorrerem pela roupa dele abaixo, a passarem pela cadeirinha e a entranharem-se nos bancos do carro... Bem, só de imaginar já fico agoniada... Aquela que acredito que seria a reação da grande, grande maioria das mães seria, no mínimo, um gigante ataque histérico... De que adiantava?! A criança ia ficar ainda mais nervosa do que já estava, a irmã, que ia ao lado, iria levar com uma enorme carga negativa de stress e a mãe iria ficar ainda mais enervada e dali só sairia uma situação negativa! A mãe respirou fundo, manteve a calma e percebeu que a criança, ao tirar os vossa caixa, não podia preservo que podia acontecer, ainda não tem maturidade (nem conhecimento sobre ovos ou sobre a vida) que o permitisse saber que este seria o resultado da sua simples curiosidade... Mas assim passou a saber. Aprendeu com a experiência, certamente muito mais do que com os eventuais gritos ou castigos da mãe! A mãe poupou-se a um desgaste e não era por ela gritar que o banco iria se limpar sozinho, certo?! ;o)
Enfim, o que quero dizer é que tenho lido também sobre estes "novos movimentos" de mães que pensam que tipo de mães são e querem ser, o que podem fazer para serm melhores e que prioridade seus filhos têm em suas vidas. Acredito que a educação deva ser pensada, ponderada, planeada e melhorada a cada dia. Acredito que uma educação presente, firme e consistente (penso que essa é uma palavra-chave) em casa é muito mais importante que o melhor dos colégios, que o inglês, o francês e o piano! Penso que as crianças devem ser crianças, devem brincar antes de aprender e não me fará feliz um filho que entre para a primeira classe a saber ler, mas um filho que até lá tenha brincado tudo o que pôde, que não tenha medo da água, que adore animais, que brinque com a terra e com a chuva, que tenha apeendido a ser contrariado e que a vida também é feita de frustrações, que coma o que lhe servirmos, que ao invés de saber o nome das marcas dos carros ou dos bonecos da televisão a mexer num tablet, que seja sonhador e inventivo, que brinque aos foguetões, aos índios e às lutas (que também faz parte). Não vou obrigar os meus filhos a darem beijinhos. A ninguém! Não acho que isso seja uma questão de educação! Mas vou fazer questão que digam bom dia ou boa tarde, que peçam desculpa, com licença ou agradeçam! Também não os quero criar para mim, por mais que isso possa ser difícil, quero criá-los para o mundo e para a vida, para que sejam independentes e desenrascados. Mas isso não quer dizer que sejam interesseiros e "espetinhos". Quando formos ao Santini, vou mostrar-lhes que primeiro se espera na fila para pagar e depois para os gelados e não nas duas ao mesmo tempo, como fazem muitos que lá vemos, que não se vai colocar a toalha na espreguiçadeira do resort logo cedo e só passado umas horas é que se vai para a piscina, ocupando os lugares para quem queira usufruir do espaço no momento, que não se usam filas prioritárias, a menos que não haja ninguém prioritário e, ainda assim, a estar sempre atento até chegar à sua vez...  Nos educamos as crianças não com o que lhes dizemos, mas com os exemplos que damos!
Tenho absoluta certeza de que este não será um caminho fácil e que será uma luta diária porque antes de educar um filho temos de nos educar a nós mesmos. É uma batalha que terei de travar.
Desejem-me sorte! ;o)


2 comentários:

  1. Obrigada Marta! 😉 Estamos quase com 30 semanas e apesar de alguns desconfortos e algumas inseguranças e medos de vez em quando, está tudo a correr lindamente e estamos MUUUUITO felizes! É mesmo o melhor do mundo quando o sinto aos pulinhos dentro de mim! 💞💞

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