sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Filhos tiranos

Agora parece haver imensas crônicas, livros e teorias sobre os filhos tiranos. Crianças ou adolescentes que mandam e desmandam nos pais e que fazem em e da casa aquilo que bem entendem. Sobre isso o que penso é simples: educar não é fácil! Nunca o foi e agora em tempos de pais e mães fora de casa a grande maioria do dia, avós que trabalham ou não estão por perto e crianças que crescem entregues às escolas ainda menos o é... Pais que não têm tempo, paciência ou energia para educar seus filhos, que não querem gastar o pouco tempo que têm com eles a ralhar e impôr regras e limites, que estão demasiado cansados para largar a televisão e acompanhá-los, que estão demasiado cansados para dar raspanetes, que estão demasiado ocupados a fazer jantar, prepará-los para a cama e para o dia seguinte... Pois é... Mas as crianças precisam ouvir um NÃO, precisam de regras, limites, precisam de coerência e que sejamos consistentes nas decisões. Também precisam, e muito, que os pais tomem decisões como um só e não desautorizando-se mutuamente. 
Se é fácil? Tenho certeza que não! Se dá trabalho? De certo que sim! Mas ninguém disse que ia ser fácil...
Sei que não sou e não serei perfeita! Sei que vou falhar, errar e contradizer-me algumas vezes... Tenho consciência disso. Mas sei que vou dar sempre o meu melhor! E sei que ao dizer que não, estarei a ser melhor mãe do que dizendo sempre que sim! Não é que vá sempre dizer que não ou que não vá ser tolerante ou compreensiva. Não é isso... Mas sei que há limites, sei que há linhas que não podem ou não devem ser cruzadas.
Ele ainda é muito pequenino e não compreende muita coisa, mas acredito que é desde já que o devemos educar e ralhar se for preciso, porque ele entende o tom de voz, ele percebe se estou a rir ou não, ele já associa palavras a situações e já compreende mais do que aquilo que imaginei que compreendesse nessa fase.
Ele tem os dentinhos a nascer e, como é habitual, quer morder tudo para coçar e aliviar aquela impressão. O que começou a fazer? A morder-me, ou cerrar a boca com força, quando estava a mamar. Doía imenso e comecei a refilar com ele. Dizia que não se fazia, levantava a voz e falava sério. A reação dele era rir, achava que era uma brincadeira nova... Por vezes tive mesmo de abrir-lhe a boca... Lá ralhava novamente, dizia que não estava a rir quando ele ria... A primeira resposta foi, ao fim de dois ou três dias, ficar sério e fazer beicinho. Ou seja, já percebia que não estava a brincar. Se me custou vê-lo choroso a olhar para mim? Muito... Mas tinha de continuar, sabia que estava a fazer o correto! Depois de um dia, por duas ou três vezes, cada vez que ia cerrar a boca olhava para mim e abria a boca com uma carinha de quem não queria mais ralhetes... E no dia seguinte já não voltou a fazer e no outro também não é nunca mais o fez...
Mamã orgulhosa! ;o) 
Isso tudo para dizer que sei que vai dar trabalho e sei que muitas vezes me vai custar ralhar com ele e, quem sabe, até dar uma palmada de vez em quando. Mas tenho certeza de que educar é assim mesmo. Eu não tive filhos para deixar que os outros eduquem ou para se educarem sozinhos. Porque criança precisa de limites, de regras e de entender que os pais são autoridade (não autoritários). Caso contrário, sentem-se perdidas. Com certeza não tem idade ou maturidade para tomar decisões quanto à sua própria educação. Sentir essa "força" no lado dos pais também lhes transmite segurança! Sei que não será fácil, mas estou aqui para aprender também! ;o)


                  

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