sábado, 16 de janeiro de 2016

A (polémica) amamentação I

Sempre quis amamentar. Aliás, para mim sempre foi um dado adquirido, nunca sequer ponderei a hipótese de não o fazer, melhor, nunca achei que houvesse outra hipótese. Não quero alimentar polémicas, também não quero julgar ou criticar quem pensa de modo diferente, mas não é por isso que vou deixar de dar a minha opinião sincera. Sei que não há absolutamente nada melhor para um bebé do que o leite materno e seria incapaz de não amamentar por opção, sabendo que era uma escolha consciente a de não fazer o melhor pelo meu filho. Há quem opte por não amamentar e, mesmo respeitando a ideia de que cada um tem direito à sua opção, para mim não é compreensível. De todo! Se acho que é uma atitude egoísta? Acho! Mas antes isso do que fazê-lo por pura obrigação e estabelecer numa coisa que pode ser bonita e um momento de união e cumplicidade entre mãe e filho, uma relação de culpa, obrigação e desconforto. Ao menos que seja uma decisão consciente e informada e pronto, siga em frente com o assunto e assuma a sua decisão (bem como tudo o que ela implica).
Esse sempre foi um assunto muito importante para mim e tinha receio de não ter leite; aquela conversa de quem realmente não conhece o assunto e que já ouviu mil e uma histórias que nos deixam sempre de pé atrás... Quando fiz o curso de preparação para o parto, e também depois de ler sobre o assunto, descobri através de especialistas na matérias que NÃO existem leites fracos e que TODA mulher tem leite! Excepto, claro, situações de problemas físicos e casos muito particulares. É tudo uma questão psicológica e, sobretudo, uma questão de vontade. Sabendo isso, descansei a ansiedade que sentia sobre esse tema.
Mas a amamentação não é fácil e não é o mar de rosas como é mesmo para algumas mulheres, ou como muitas querem fazer parecer... Sabia que 90% dos problemas da amamentação estão relacionados com a "má pega", mas mesmo sabendo de cor e salteado como deve ser a "boa pega", não é assim tão fácil e simples fazê-la acontecer... Outra questão muuuuito importante é a que a amamentação deve acontecer em local e momento tranquilos. Em que não haja ninguém por traz dizendo, à primeira dificuldade, que é porque a mãe não tem leite suficiente ou o leite é fraco. Mas mesmo que não tenhamos ninguém ao nosso lado, sabemos que o que faz com que o leite flua é a ocitocina, que é produzida quando estamos tranquilas e relaxadas, mas temos sempre o cansaço, os receios e as dúvidas nas nossas cabeças... Existem mesmo casos em que o leite seca numa situação de stresse ou maior agitação. É necessária a combinação deveres factores: muita água, boa alimentação e descanso (físico e emocional). O que pode ser muito difícil de conseguir com um bebé recém-nascido...
Mas acredito que o mais importante para  o sucesso da amamentação seja a vontade, muita, muita, muita vontade. Toneladas de vontade! Porque, tirando casos em que é tudo maravilhosamente fácil (e os há de verdade!), regra geral não é fácil e dá MUITO trabalho. Não é que se desista à primeira dificuldade, mas talvez à vigésima... Nos primeiros tempos pode ser doloroso, é muitas vezes desconfortável, é cansativo, é trabalhoso, limita-nos saídas, convivências e tantas outras situações... Mas, tal como digo a mim própria sempre que estou perante alguma dificuldade (já naquela fase de resmungar...) "ninguém disse que ia ser fácil!" Eu sabia que ia ser difícil, que ser mãe dá trabalho e exige um sem fim de paciência! Depois disso é respirar fundo e tentar novamente. E outra vez. E mais uma. E quantas forem necessárias. E se mesmo assim não conseguirmos, pedimos ajuda. Mas pedimos ajuda a especialistas, a profissionais que entendem de verdade do assunto. Portanto, é mesmo preciso uma imensa vontade de que dê certo!
Estão enumeradas as dificuldades. E as coisas boas? Bom, para mim, saber que é o ideal e o melhor para o meu filho já é suficiente! Mas não bastando: Enconomicamente, pode ser incrivelmente mais barato. A nível prático,  pode-se ir a todo o lado sem necessidade de preocupações com preparar ou levar nada. Para a mãe, já que previne o cancro e faz com que o útero volte ao lugar muito mais rápido. Para o bebé, já que são suas primeiras vacinas e a forma de aumentar seu sistema imunitário e é raríssimo o bebé que é amamentado e tem cólicas. Assim de repente lembro-me destas vantagens. Acho que são mais que suficientes, não?! Sem falar do estranho que é sermos o único animal que bebe leite até tão tarde e leite de outros animais e, obviamente, o sistema digestivo de muitos bebés não está preparado para isso... Vejo como algo tão especial o facto de o corpo da mulher ser capaz de alimentar seus filhos! ;o)




                       

Conto como foi (tem sido) a minha experiência num próximo post. ;o)

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