Vi este vídeo aqui, onde colocam vários casais de meninos e meninas a desempenharem a tarefa de separar bolas azuis e rosas. No final, para recompensa, entregam um copo de gomas cheio para os meninos e a meio para as meninas (gomas... o açúcar como recompensa?!? Sério?!?! Mas isso é tema para outra conversa!). Depois explicam-lhes que a recompensa da menina é menor por ser menina. Esse também é um ponto de análise. É diferente dizermos que o menino tem uma recompensa maior por ser menino. Estaríamos a dizer que há vantagens em ser-se homem. Mas ao dizermos que a recompensa é menor por ser menina, incutimos que há quase um castigo, porque ser menina é algo negativo . Não que advenha daí reações negativas, tais como a do exemplo do exercício, mas estamos a incutir nas crianças que ser-se mulher é mau, por si. Depois vemos as reações das crianças a entenderem que desempenharam a mesma tarefa, que a recompensa tem de ser igual para ambos e, caso contrário, será injusto. Eles próprios resolvem o problema e dividem “irmãmente” as gomas. No final nos perguntam porque aceitamos isso, se as próprias crianças não o aceitam.
Aceitamos porque passamos a vida a ouvir isso. Porque nos habituámos a ouvir e calar. Porque uma mentira muitas vezes repetida se torna verdade. Não vamos mais permitir que essa mentira se enraíze em nós, em nossos filhos. Meninos e meninas são diferentes. Mas isso não importa. Porque não têm de ser iguais. Mas as suas oportunidades têm de ser iguais! Os seus direitos têm de ser iguais! As suas obrigações têm de ser iguais!